Eduardo Paes, o marketing e a falta de convicções
A entrevista do prefeito carioca Eduardo Paes, nas páginas amarelas da Veja, tem como título "Só marketing não resolve". E, no entanto, apesar das perguntas corretas dos entrevistadores, que dele tentaram extrair alguma substância, Eduardo Paes fez tão apenas aquilo que é a sua especialidade: marketing de si próprio...
A entrevista do prefeito carioca Eduardo Paes, nas páginas amarelas da Veja, tem como título “Só marketing não resolve”. E, no entanto, apesar das perguntas corretas dos entrevistadores, que dele tentaram extrair alguma substância, Eduardo Paes fez tão apenas aquilo que é a sua especialidade: marketing de si próprio.
Como já foi dito aqui, ele quer ser candidato à Presidência da República. Até aí, nenhum problema. É natural que um político tenha essa ambição. Só que o Brasil precisa de um presidente com convicções firmes — e, de preferência, as certas.
Eduardo Paes não tem convicção nenhuma, além daquela que vê no espelho. Ele já trocou de partido quatro vezes. Ao ser questionado a respeito, disse que isso foi um erro, porque “não tinha crença nenhuma em partido”. E que, hoje, “tem mais”. Ainda assim, acredita que “o Brasil deveria começar a pensar em um modelo de candidaturas independentes”. Ou seja, Eduardo Paes crê em partidos quando é da sua conveniência pessoal. Se o PMDB não lhe der palanque, ele gostaria de ser “independente”. Marketing.
Lembre-se que foi por conveniência pessoal, para ser candidato a prefeito do Rio de Janeiro, que saiu do PSDB, onde era crítico ferrenho de Lula, a quem chamou de “chefe da quadrilha” na CPI dos Correios. Jogou-se nos braços do PMDB de Sérgio Cabral, aliado dos petistas — e, como lhe foi exigido, não se envergonhou de pedir desculpas ao “chefe da quadrilha”, embora negue o fato de pés, mãos e orelhas juntos. Tamanha mudança permite supor que atacava Lula por marketing, e nada mais.
Agora, Eduardo Paes inventou de brigar com Joaquim Levy e Dilma Rousseff Convicções? Não. Distancia-se da presidente e critica o ministro da Fazenda porque isso aumenta a sua popularidade. Está jogando para a galera. Marketing. O Antagonista aposta que, na hipótese improvável de o vento mudar, ele volta para o colo de Dilma e ainda pede desculpas. Marketing.
A sua maior aposta para a Presidência da República é o êxito dos Jogos Olímpicos, em 2016. Marketing.
Eduardo Paes conta com os serviços de uma empresa de marketing que se dedica 24 horas por dia a melhorar a sua imagem e ajudá-lo a alçar voos mais altos. Quem paga? Talvez a resposta não renda bom marketing.
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