Quando deu entrevista à Veja, para divulgar o seu livro, Fernando Henrique Cardoso estava num bom dia em relação ao impeachment de Dilma Rousseff, apesar dos verbos no passado. Esperemos que, amanhã, ele não mude de ideia mais uma vez. De qualquer forma, o ex-presidente entregou uma informação.

FHC disse que:

“O PSDB pediu ao TSE a cassação. Isso vai acontecer? Eu não sei. Isso vai depender das investigações. O Brasil é um país que amoleceu muito mais no que diz respeito à lei. Eu me lembro que, quando surgiu o mensalão, houve uma denúncia comprovada de pagamento no exterior para financiar campanha. Isso é crime de lesa-majestade. E não aconteceu nada. Estamos vendo crescentemente dados que mostram desvios de recursos do petrolão para abastecer a campanha. O que o juiz pode fazer se for mostrado isso? Tem de anular as eleições. O PSDB apostou mais nisso, não no impeachment. O impeachment foi aposta mais do PMDB. Agora, se vier uma questão de impeachment objetiva, o PSDB não terá alternativa: votará a favor do impeachment.”

Quanto ao PSDB, FHC forneceu um retrato que vai até julho. Depois, os tucanos passaram a apostar também no impeachment, haja vista o pedido de Hélio Bicudo, Miguel Reale Jr. e Janaina Paschoal que o partido apoiou.

A informação que FHC entregou é que o PMDB apostou, de fato, no impeachment. Mas não se trata de Eduardo Cunha. Na verdade, FHC está falando é de Michel Temer — que, apesar de ter-se retraído em meio às lambanças de Cunha e Renan Calheiros, continua firme na convicção de que Dilma Rousseff não pode continuar na Presidência.