“O PT destruiu o setor elétrico”
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Redação O Antagonista
4 minutos de leitura 31.08.2016 23:33 comentários
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“O PT destruiu o setor elétrico”

Um dos maiores especialistas em energia do país, Adriano Pires diz que o governo Temer tem de perseverar para recolocar a casa em ordem

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4 minutos de leitura 31.08.2016 23:33 comentários 0

O Brasil vive uma temporada de rescaldo. Para cada lado que se olha, encontram-se ruínas fumegantes de setores atingidos pelas políticas desastrosas dos governos petistas. Um dos mais afetados é o elétrico, praticamente quebrado pela intervenção de Dilma, em 2012. “O PT fez uma política de terra arrasada no setor”, resume Adriano Pires, fundador do Centro Brasileiro de Infraestrutura. Confira os principais trechos da conversa com O Financista.

O Financista: O que significa a atual onda de empresas e ativos à venda no setor elétrico?

Adriano Pires: O setor elétrico foi uma grande vítima dos governos petistas, a ponto de ter sido praticamente destruído. Basicamente, o que Dilma quis fazer, com a medida provisória de 2012, foi baixar as tarifas em um momento de alta dos custos. Depois, quando ganhou a eleição, ela precisou dizer a verdade: o setor estava quebrado. Veio o tarifaço na conta de luz. Isso representou, na prática, um racionamento forçado de energia, já que os brasileiros reduziram o consumo diante do preço alto. Dilma literalmente desligou o setor elétrico.

O Financista: Como empresas de um setor quebrado podem atrair compradores?

Pires: Isso depende muito do modelo que o governo Temer adotará para o setor. Os ativos à venda não são ruins. O que é necessário é uma política setorial mais pró-mercado.

O Financista: Como?

Pires: Primeiro, mudando a regulamentação das distribuidoras, que foram as mais penalizadas pela política petista. Também é preciso criar uma política de venda de ativos da Eletrobras e tornar a Aneel mais transparente. Outra coisa que devemos considerar é que, nos últimos anos, a matriz elétrica ficou mais dependente de fontes intermitentes, aquelas que dependem de algumas condições para gerar energia, como a solar e a eólica. Além disso, as usinas a fio d´água também transformaram as hidrelétricas em fontes intermitentes: se há chuvas, temos energia; caso contrário, não. Precisamos reduzir a dependência em relação ao clima. Para isso, é preciso colocar as usinas térmica na base do sistema, e não apenas como backup.

O Financista: Mas as térmicas não encarecem a energia?

Pires: No fundo, elas podem ajudar a moderar a tarifa. Atualmente, elas só são ligadas em caso de escassez de oferta, quando as hidrelétricas estão com reservatórios baixos. Se elas estiverem na base, poderão balancear a oferta das hidrelétricas. Além disso, seriam usinas que consomem gás natural, que é mais barato e bem menos poluente. Outra iniciativa para baratear a energia é promover leilões regionais, com base nas vantagens comparativas de cada local: solar, eólica, hidrelétrica, termelétrica.

O Financista: Voltando a potenciais investidores: por enquanto, só os chineses demonstraram interesse.

Pires: As empresas chinesas são estatais e, portanto, sua lógica de investimentos é diferente da de empresas privadas. Até ontem, o Brasil apresentava um elevado risco político, econômico e regulatório. Isso praticamente proíbe investidores privados de se arriscarem por aqui. Já os chineses têm outra lógica: eles aumentam seus ganhos com uma estratégia casada de venda de equipamentos, por exemplo. Agora, com o governo Temer, os investidores privados devem voltar.

O Financista: Em quanto tempo, o setor pode se recuperar?

Pires: É difícil dizer. Primeiro, porque o PT fez uma política de terra arrasada no setor. Segundo, porque vai levar tempo para arrumar tudo. O importante é que o dever de casa começou a ser feito. Se o governo continuar nesse rumo pró-mercado, acho que já podemos atrair investidores no ano que vem. O que devemos evitar são as empresas que se dispõem a trabalhar com “taxas de retorno patrióticas” – aquelas artificialmente baixas, apenas para promover populismo tarifário. Só dois tipos de empresas aceitam isso: aquelas que estão lucrando por outros meios, como vimos com as empreiteiras da Lava Jato, e as aventureiras, que não sabem onde estão entrando: assumem riscos indevidos, quebram e deixam todos na mão.

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