ODEBRECHT ACIONOU TOFFOLI
Marcelo Odebrecht acionou Dias Toffoli, quando era AGU, para garantir seus interesses no leilão da hidrelétrica do Rio Madeira. A articulação do empreiteiro está em e-mail enviado ao pai Emílio e outros executivos do grupo...
Marcelo Odebrecht acionou Dias Toffoli, quando era AGU, para garantir seus interesses no leilão da hidrelétrica do Rio Madeira. A articulação do empreiteiro está em e-mail enviado ao pai Emílio e outros executivos do grupo.
O documento faz parte da coletânia de documentos obtidos pela PF nos computadores da companhia.
Na mensagem, de 20 de junho de 2007, Marcelo fala de quatro pareceres encaminhados a Gilberto Carvalho para serem levados a Dias Toffoli – que assumiu a Advocacia Geral da União em março daquele ano.
“Alexandrino já encaminhou os 4 pareceres para o seminarista que confirmam a legalidade do acordo com Furnas e as posições que temos defendido, de modo a que ele possa enviar para o AGU”.
No mesmo e-mail, Marcelo avisa ainda que seriam encaminhados um “modelo de participação/concorrência das irmãs, com parecer” e um “caderninho mais sucinto com as conclusões dos pareceres e descrição dos juristas contratados”.
Dias Toffoli também deveria receber cópia da representação que seria feita ao então ministro interino de Minas e Energia, Nelson Hubner, que seria alertado para não fazer “as coisas de forma errada”.
O consórcio Rio Madeira, que venceu a licitação para a construção da hidrelétrica com surpreendente deságio de 35%, foi constituído por Odebrecht, Furnas, Andrade Gutierrez e Cemig, além de um fundo com Santander e Banif.
Em artigo publicado em fevereiro de 2008, no site Consultor Jurídico, Toffoli comentou sobre seu empenho em garantir a execução das obras do PAC.
“O PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) não enfrentou maiores obstáculos judiciais em 2007 por causa da previdente criação de uma força tarefa na AGU. Foi esse grupo que manteve, na Justiça, a execução das obras da hidrelétrica de Estreito, no Maranhão, o leilão da hidrelétrica de Santo Antônio, no rio Madeira, e o leilão para a concessão de uso de sete trechos de rodovias federais.”
Em breve, o ex-AGU e hoje ministro do STF poderá explicar melhor sua participação no episódio.
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