Alessandro Vieira, o senador que quer lavar as togas
Logo que tomou posse como senador por Sergipe, o delegado licenciado Alessandro Vieira começou a articular um movimento para investigar a cúpula do Poder Judiciário nacional. Autor de dois pedidos da CPI da Lava Toga (todos engavetados), o parlamentar deu de ombros para a pressão política e prosseguiu em 2020 no seu intento de questionar as suspeitas envolvendo magistrados...
Logo que tomou posse como senador por Sergipe, o delegado licenciado Alessandro Vieira começou a articular um movimento para investigar a cúpula do Poder Judiciário nacional.
Autor de dois pedidos da CPI da Lava Toga (todos engavetados) , o parlamentar deu de ombros para a pressão política e prosseguiu em 2020 no seu intento de questionar as suspeitas envolvendo magistrados.
Em maio, depois que a Polícia Federal realizou buscas e apreensões contra bolsonaristas no âmbito do inquérito inconstitucional das fake news no STF, o senador do Cidadania relembrou:
“Fui autor da CPI da Toga e pedi o impeachment de Toffoli e Moraes pelo inquérito das fake news, que reputo ilegal. Bolsonaro, seus filhos e apoiadores foram contra.”
Vieira foi uma das poucas vozes a sair publicamente em defesa da Lava Jato quando o procurador-geral da República, Augusto Aras, escancarou sua intenção de acabar com a força-tarefa:
“Vamos denunciar a atuação cínica do PGR como porta-voz dos ataques à Lava Jato”, afirmou.
Também avaliou a saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça e Segurança Pública como o fim do governo Bolsonaro. Em resumo, atuou no Senado como uma espécie de antípoda a Renan Calheiros, aquele senador que virou fã de Bolsonaro.
“O plano liberal de Guedes e o plano de combate à corrupção de Moro foram derrotados pela pandemia, rachadinhas e pelo casamento com o Centrão”, disse.
Além disso, defendeu uma CPI para apurar a interferência de Jair Bolsonaro na Polícia Federal.
Vieira também se posicionou contra a reeleição de Davi Alcolumbre ao comando do Senado. No plenário, chegou a pedir a palavra para dizer que a possibilidade de recondução ao cargo, sem mudar a Constituição, representaria um risco à democracia.
Também classificou como uma “aberração jurídica“ o parecer de Aras, enviado ao Supremo, no qual o procurador-geral defendeu que o Congresso decidisse se Rodrigo Maia e Alcolumbre poderiam se reeleger.
Em texto, afirmou que Aras tratava os parlamentares como “tolos e ignorantes” ao defender a tese.
Alessandro Vieira foi um dos dez senadores a votar contra a indicação de Kassio Marques para o STF. Em sabatina no Senado, o parlamentar questionou o magistrado sobre a acusação de que teria plagiado trabalhos acadêmicos, como revelado pela Crusoé.
E ressaltou que o indicado de Bolsonaro deveria demonstrar uma carreira acadêmica sólida, já que nunca passou num concurso para juiz.
Em seu voto, afirmou que “gera altíssima preocupação ao se considerar que um candidato ao mais alto cargo do Poder Judiciário brasileiro pode não ter redigido sozinho o seu trabalho apresentado para obter o título de mestre”.
Sobre a sabatina de Kassio, resumiu numa frase o mínimo que se espera de um ministro do STF: “Não dá para confundir a figura do ministro do Supremo com a figura de um político.”
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