As contas da fusão DEM-PSL e as reações em Brasília
A fusão do DEM com o PSL vai sair, a não ser que um meteoro caia em Brasília, em sentido figurado ou não. Na próxima terça, dia 21, o DEM vai reunir sua executiva nacional para tratar especificamente desse tema e, provavelmente, marcará uma convenção para bater o martelo. O PSL ainda não tem data para essas reuniões -- Luciano Bivar, o presidente da sigla, está no exterior --, mas por lá já está tudo acertado...
A fusão do DEM com o PSL vai sair, a não ser que um meteoro caia em Brasília, em sentido figurado ou não.
Na próxima terça, dia 21, o DEM vai reunir sua executiva nacional para tratar especificamente desse tema e, provavelmente, marcará uma convenção para bater o martelo. O PSL ainda não tem data para essas reuniões — Luciano Bivar, o presidente da sigla, está no exterior –, mas por lá já está tudo acertado.
Como já noticiamos, uma pesquisa será encomendada para definir o nome da nova legenda, mas O Antagonista antecipou que a ideia é trabalhar com as expressões “liberal” e “democrata”.
O novo partido vai comandar um orçamento de cerca de R$ 1 bilhão no ano que vem, somando recursos dos fundos eleitoral e partidário. E terá um tempo de televisão nas propagandas em torno de 1 minuto e 40 segundos.
Dirigentes dos dois partidos têm trabalhado nos últimos dias para montar a planilha com estimativa de possíveis deputados federais em cada unidade da Federação. Este site teve acesso aos dados, ainda sigilosos. No total, DEM-PSL esperam fazer, em 2022, algo em torno de 80 deputados. A pretensão é ser o maior partido da Câmara.
Ainda nas planilhas com eventuais cenários, DEM-PSL contam com a filiação de parlamentares que hoje estão em partidos como MDB, PP e PSD. Nessas siglas que podem perder representantes, há, nos bastidores, inúmeras críticas ao projeto em gestação: a principal delas é a avaliação de que o novo partido será “bolsonarista”.
Uma liderança do DEM disse que “isso é inveja, porque ninguém quer esse projeto além da gente”. Já um representante do PSL afirmou que “estão é com medo, porque vamos estourar muitos partidos”.
Arthur Lira já transpareceu um certo desconforto, em conversas privadas, com a possível nova legenda. Ele teme que o grupo político que possa surgir da fusão ameace seus planos de ser reeleito presidente da Câmara.
No Palácio do Planalto, o entorno do presidente Bolsonaro ainda vê as negociações entre DEM e PSL com uma certa nebulosidade e assessores têm disparado ligações para tentar sentir o clima e levar ao gabinete presidencial uma leitura mais precisa do que seria o novo partido.
Nos dados a que O Antagonista teve acesso, sob a condição de não publicá-los na íntegra, há a previsão de que alguns bolsonaristas dos dois partidos continuem no novo projeto. É o caso de Onyx Lorenzoni, hoje no DEM e ministro do Trabalho e Emprego, e do deputado Filipe Barros, no PSL e apoiador raiz de Bolsonaro.
“São casos de pessoas que ficarão conosco por uma questão de sobrevivência política. Mas é zero a chance de apoiarmos Bolsonaro. Isso não é nem sequer uma possibilidade”, disse um dos mais envolvidos nas conversas.
Ainda segundo lideranças do DEM e do PSL, o projeto tem despertado a ira de, principalmente, dois outros dirigentes partidários: Ciro Nogueira, do PP, e Gilberto Kassab, do PSD. O grupo acredita que, em se confirmando a fusão nos próximos dias, planos de Ciro e Kassab para 2022 poderão ruir. Caciques estaduais de PP e PSD estão sendo fortemente cortejados pelo novo projeto.
O novo projeto também teria a intenção de “desidratar” o PL, de Valdemar Costa Neto.
O líder do DEM na Câmara, deputado Efraim Filho, afirmou a O Antagonista que o novo partido terá candidatura própria ao Planalto e negou alinhamento com Bolsonaro.
“O novo partido surge com o compromisso de independência e autonomia, para trabalhar três nomes para 2022: Rodrigo Pacheco, Luiz Henrique Mandetta e José Luiz Datena. O melhor exemplo são os estados dos atuais presidentes das duas siglas: ACM Neto, na Bahia, e Luciano Bivar, em Pernambuco. Em ambos, não há aliança com os grupos que apoiam Bolsonaro. Então, a estratégia é trabalhar os três nomes para saber qual consegue captar o sentimento que existe na população que busca uma alternativa ‘nem Lula nem Bolsonaro’.”
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