Auditores reagem a declarações de Bolsonaro sobre a Receita
Mais uma vez, declarações de Jair Bolsonaro deixaram os auditores fiscais enfurecidos. Ontem, na live, o presidente contou que ouviu de empresários na Fiesp queixas sobre decretos presidenciais, portarias dos ministério e normas da Receita...
Mais uma vez, declarações de Jair Bolsonaro deixaram os auditores fiscais enfurecidos. Ontem, na live, o presidente contou que ouviu de empresários na Fiesp queixas sobre decretos presidenciais, portarias dos ministério e normas da Receita.
“É impressionante. O Paulo Guedes até ficou meio assustado, como a Receita atrapalha em algumas áreas o desenvolvimento do Brasil, é uma coisa terrível!”, disse Bolsonaro na live, prometendo que levará soluções aos executivos na próxima reunião, em junho.
Em nota, a Unafisco não deixou barato, para nenhum dos dois lados:
“Não se sabe exatamente quais foram os relatos dos empresários que fizeram o chefe do Poder Executivo a dizer que a Receita Federal atrapalha o desenvolvimento do país. Mas para um segmento da sociedade que possui uma parcela considerável que é pouca afeita a pagar impostos e acostumada a afagos do governo (os grandes contribuintes recebem todos os anos privilégios tributários e renúncias fiscais ineficientes de mais de R$ 325 bilhões), reclamar do Fisco à maior autoridade política do país é o esporte nacional”, afirmou.
“Quem atrapalha o desenvolvimento do país são os setores atrasados do empresariado brasileiro que em vez de gerar empregos e investir em infraestrutura e tecnologia, passam a maior parte de seu tempo fazendo lobby para encontrar novas maneiras de explorar o Estado e penalizar a Nação.”
“Quem atrapalha o país são as autoridades públicas que promovem assédio institucional contra seus próprios órgãos, em vez de fortalecê-los. Quem atrapalha o país é a equipe econômica que não investe na administração tributária, ao contrário, age diariamente para fragilizá-la. Uma administração tributária frágil não combate adequadamente o contrabando e descaminho que fragilizam a segurança pública e enfraquecem a indústria nacional. Uma administração tributária frágil não combate a sonegação, que supera anualmente a casa dos R$ 400 bilhões, distorcendo a concorrência saudável, desestimulando investimentos de empreendedores sérios e sufocando as contas públicas”, diz ainda a nota.
“Os ataques do chefe do poder executivo à sua própria equipe de auditores fiscais que se veem a cada dia mais vitimados pelo assédio institucional é um cenário que não se pode tolerar. A RFB é um órgão de Estado dos brasileiros, não de um governo transitório que não tem apreço pelo servidor público e incentiva atos que atentam contra os poderes da República”, conclui a Unafisco.
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