Bolsonaristas têm “medo muito grande” da candidatura de Joice em SP, diz Bozzella
Em meio aos novos atritos no PSL e uma reaproximação de Jair Bolsonaro com o partido, o deputado federal Júnior Bozzella, que chegou a ser visto como porta-voz do presidente nacional da sigla, Luciano Bivar, disse a O Antagonista que os bolsonaristas "não aprenderam nada com o tempo"...
Em meio aos novos atritos no PSL e uma reaproximação de Jair Bolsonaro com o partido, o deputado federal Júnior Bozzella, que chegou a ser visto como porta-voz do presidente nacional da sigla, Luciano Bivar, disse a O Antagonista que os bolsonaristas “não aprenderam nada com o tempo”.
Plantações de notícias para desgastar a candidatura de Joice Hasslemann à Prefeitura de São Paulo, no entender de Bozzella, mostram que “eles continuam com a mesma estratégia de fake news e fogo amigo”.
“Eles não baixaram a guarda e ainda ficam querendo, nos bastidores, anistia para voltarem ao partido pela porta da frente, com a intenção de reequilibrarem a atuação parlamentar”, emendou.
Para Bozzella, se Bolsonaro de fato estiver pensando em retornar ao partido pelo qual foi eleito em 2018, isso não ocorrerá no curto prazo. Um encontro entre o presidente e Bivar estava previsto para esta semana, mas ainda não há confirmação.
“Se o Bolsonaro quiser voltar, terá um processo muito longo pela frente.”
Sobre a situação do PSL em São Paulo, Bozzella afirmou que Joice está em campanha e “só não será candidata se não quiser”.
“Eles [a ala bolsonarista] têm um medo muito grande de que a candidatura da Joice cresça e ela passe a ter uma hegemonia no campo da direita: esse é o maior desespero do Bolsonaro. Ele quer liderar uma direita que não abraça, tem medo da Joice, do Moro, de todo mundo que surge. Isso vai ficando cada vez mais claro. E o entorno dele não vem para o diálogo, para a construção: é novamente um movimento para tentar implodir qualquer alternativa.”
Bozzella acrescentou que não tem mesmo procuração para falar em nome do PSL — integrantes do partido têm o alfinetado nesse sentido –, mas continuará defendendo suas bandeiras.
“Bandeiras que o Bolsonaro abandonou, como o liberalismo econômico e o combate à corrupção.”
Para o deputado, “está claro que o PSL tem luz própria e não precisa do Bolsonaro”. Ele cita como exemplo o fato de o partido ter, somente em São Paulo, conseguido filiar 143 vereadores e 32 prefeitos e vice-prefeitos. A legenda, segundo ele, já tem 7 mil pré-candidatos a vereador no estado.
“Talvez esse pessoal que quis criar um novo partido e denegrir a imagem do PSL já tenha notado que o PSL se transformou em um excelente ativo. Cobrar que eles renunciem ao projeto da Aliança pelo Brasil para poderem voltar às origens não é uma grande moeda de troca: a gente só renuncia a algo que temos, e eles não têm a Aliança pelo Brasil.”
Bozzella disse também que, ao contrário do que alguns de seus correligionários têm defendido para justificar a reaproximação com Bolsonaro, “nem tudo é possível na política, para quem tem escrúpulo”.
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