Crivella tem ‘protagonismo em gigantesco esquema de corrupção’, diz MP
Na decisão que autorizou buscas e apreensões contra o QG da Propina no governo municipal de Marcelo Crivella, a juíza Rosa Helena Guita reproduziu trechos da investigação do Ministério Público que apontam que o prefeito tem "protagonismo no gigantesco esquema de corrupção, peculato, fraude a licitação e lavagem de dinheiro instalado no município do Rio de Janeiro"...
Na decisão que autorizou buscas e apreensões contra o QG da Propina no governo municipal de Marcelo Crivella, a juíza Rosa Helena Guita reproduziu trechos da investigação do Ministério Público que apontam que o prefeito tem “protagonismo no gigantesco esquema de corrupção, peculato, fraude a licitação e lavagem de dinheiro instalado no município do Rio de Janeiro”.
A decisão, revelada pela GloboNews, diz que o empresário Rafael Alves, alvo de busca e apreensão ontem, tem ascendência sobre o prefeito, segundo as investigações.
“Chega ao ponto de ele exigir incisivamente ser ouvido, antes da tomada de qualquer decisão. Rafael Alves interfere na escolha de empresas para prestar serviços aos mais diversos setores da administração e aponta pessoas para ocupar cargos-chave”, diz o MP. “A subserviência do prefeito a Rafael Alves é assustadora”, afirma em outro trecho.
O celular do empresário mostra que ele trocou 1.949 mensagens com Crivella. “Muitas delas contendo linguagem cifrada, deixando transparecer que seu conteúdo não poderia ser tratado por meios de comunicação tradicionais”, descreve a juíza.
Numa das mensagens, no entanto, Rafael Alves é claro: “Deixei pro senhor uma indicação presidência PREVI RIO”.
Segundo o MP, ele também exige de Crivella o “desfazimento de atos administrativos, como se o prefeito lhe fosse subordinado”. Os promotores dizem que Rafael Alves tratou a campanha eleitoral de Crivella como “banca de negócios, visando retorno financeiro”.
Noutra mensagem, o empresário diz: “Não quero cargos nem status, quero retorno do q está sendo investido”. No grupo de Crivella, ele seria conhecido como “Trump”.
O MP também diz que algumas mensagens indicam entrega de propina para Crivella.
“Tenho que passar no península, na casa do chefe para deixar um lance lá”, escreveu Rafael Alves ao doleiro Sergio Mizrahy, que se tornou delator. Para os promotores, “península” é o condomínio onde Crivella mora e “lance” é dinheiro.
Noutras mensagens com o doleiro, Rafael Alves revela insatisfação com a demissão de seu irmão, Marcelo, da presidência da Riotur, em março, após a primeira fase da Operação Hades.
Fala em “covardia”, “falta de palavra comigo” e “não vou aceitar”.
“Um falso de duas caras, que na frente é uma coisa e por trás é outra. EU NÃO ACEITO ISSO, NÃO ACEITO FALTA DE PALAVRA COMIGO. FUI LEAL ATÉ AQUI”, escreveu.
Para o MP, “o conteúdo das mensagens é perturbador”. “Rafael Alves exige a revisão dos atos de Marcelo Crivella, postura típica de quem tem conhecimento de fatos que, caso tornados públicos, podem causar prejuízos irreparáveis a seu interlocutor.”
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