Delegado que denunciou 'ação ilegal' de Salles estima em 129 milhões valor de madeira apreendida

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Delegado que denunciou ‘ação ilegal’ de Salles estima em 129 milhões valor de madeira apreendida

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3 minutos de leitura 15.04.2021 13:13 comentários
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Delegado que denunciou ‘ação ilegal’ de Salles estima em 129 milhões valor de madeira apreendida

Como noticiamos ontem, o delegado Alexandre Saraiva, superintendente da Polícia Federal no Amazonas, apresentou notícia-crime contra o ministro Ricardo Salles, o senador Telmário Mota e o presidente do Ibana, Eduardo Bin, por crimes ambientais, advocacia administrativa e organização criminosa...

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Delegado que denunciou ‘ação ilegal’ de Salles estima em 129 milhões valor de madeira apreendida
Foto: Reprodução/Redes Sociais

Como noticiamos ontem, o delegado Alexandre Saraiva, superintendente da Polícia Federal no Amazonas, apresentou notícia-crime contra o ministro Ricardo Salles, o senador Telmário Mota e o presidente do Ibana, Eduardo Bin, por crimes ambientais, advocacia administrativa e organização criminosa.

No documento (íntegra aqui), obtido por O Antagonista, Saraiva relata que as investigações da PF no âmbito da Operação Handroanthus levaram à apreensão recorde de 226 mil metros cúbicos de madeira, em valor aproximado de R$ 129 milhões.

O delegado acusa Salles e Telmário de causarem “obstáculos à investigação de crimes ambientais” e de buscarem “patrocínio de interesses privados e ilegítimos perante a administração pública”.

Segundo Saraiva, a investigação, que começou com apreensão de madeira sem licença de extração e transporte, extrapolou para um enorme esquema de grilarem de terras.

“A documentação entregue na reunião convocada pelo ministro Ricardo Salles e pelo senador Telmário descortinou uma fraude na titulação de terras em nome de terceiros com a utilização e títulos de região que dista do local mais de 500 quilômetros.”

Na notícia-crime, Saraiva ressalta a “predileção injustificada” de Salles por “pouco mais de uma dezena de investigados”. Ele cita duas visitas do ministro ao local onde estão armazenadas as madeiras apreendidas, nos dias 31 de março e 7 de abril, além de entrevistas e manifestações públicas nas redes sociais.

“O ministro foi contrário ao posicionamento da Polícia Federal de qualificar os investigados como integrantes de organização criminosa. De forma parcial e tendenciosa, comportando-se como verdadeiro advogado da causa madeireira (um contrassenso com a função pública por ele exercida).”

O delegado relata também “dificuldade de acesso” à documentação completa de planos de manejo sob investigação e diz que o presidente do Ibama chegou a requerer à PF “o envio de peças de informação, incluídos os documentos técnicos/periciais, que embasam a operação e as apreensões”.

Este requerimento veio logo após o Ministro do Meio Ambiente criticar as apreensões realizadas pela Superintendência Regional da Polícia Federal no Amazonas, o que leva a crer ser o ato de comunicação oficial o meio utilizado para ter acesso às investigações e, assim, buscar desacredita-las. O IBAMA, desde o início da operação, manteve-se inerte, desinteressado em exercer seus poderes de polícia ambiental, o que desperta a existência de interesses escusos, provavelmente a mando do Ministro do Meio Ambiente.” 

Em relação ao senador Telmário Mota, o delegado Alexandre Saraiva diz que o parlamentar acusa o superintendente Regional no Amazonas “de realizar prisões ilegais, com notório objetivo de obstruir as investigações, utilizando-se da influência de seu cargo público”. Como se atuasse por “vingança privada”, relata o policial, o senador o acusa “de incidir em abuso de autoridade, sendo uma estratégia para deslegitimar a atuação da Polícia Federal como um todo, acusando-a de exigir a apresentação de ‘prova diabólica’, isto é, aquela prova excessivamente difícil ou impossível de ser produzida”.

E emenda: “Denigre a imagem da POLÍCIA FEDERAL, desdenhando da “maior apreensão de madeira da história do Brasil”, tratada por ele como um dos maiores crimes do Brasil, qualificando a operação como vergonhosa. Tudo isto caracteriza patrocínio de interesses escusos.”

Salles e Telmário negam qualquer irregularidade em suas atuações no caso.

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