Federação de esquerda esbarra em palanques locais e acordos sobre dirigentes
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As dificuldades da esquerda para formar uma federação

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Wilson Lima
2 minutos de leitura 12.01.2022 07:00 comentários
Brasil

As dificuldades da esquerda para formar uma federação

A formalização de federações dos partidos de esquerda tem esbarrado, até o momento, na montagem dos palanques regionais para as eleições de 2022 e na definição sobre o peso de cada legenda na união das agremiações...

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As dificuldades da esquerda para formar uma federação
Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados

A formalização de federações dos partidos de esquerda tem esbarrado, até o momento, na montagem dos palanques regionais para as eleições de 2022 e na definição sobre o peso de cada legenda na união das agremiações.

Dirigentes e deputados ouvidos por O Antagonista acreditam que até o fim de janeiro será possível ter um primeiro esboço desse bloco de partidos. Os integrantes da esquerda discutem as seguintes possibilidades de federações: 1) uma incluindo cinco siglas (PT, PCdoB, PSB, PV e Psol); 2) ou outra prevendo duas federações paralelas: uma com união de PSB e PT de um lado e a junção de PCdoB, PV e Psol do outro.

A possibilidade de união de partidos foi aprovada no ano passado pelo Congresso, como uma forma de dar sobrevida às siglas menores. Nas federações, os partidos têm um estatuto comum e são obrigados a votar sob a mesma orientação na Câmara e no Senado, por quatro anos. Em contrapartida, contabilizam de forma conjunta o número de votos para as eleições de deputado federal e estadual.

Os dirigentes partidários discutem se os partidos maiores terão mais peso na escolha dos presidentes das federações ou se haverá uma proporcionalidade de cada sigla na indicação dos candidatos a uma vaga na Câmara e nas Assembleias Legislativas. Por essa razão, as siglas menores temem ser “engolidas” pelos partidos maiores.

No PCdoB, por exemplo, a ala ligada ao deputado federal Orlando Silva (SP) e à ex-deputada federal Manuela D’Ávila defende uma federação apenas com partidos menores. Esse posicionamento é o mesmo de integrantes do PSOL.

Outro ponto em negociação diz respeito aos acertos locais. PSB e PT lutam para indicar candidatos ao governo em estados como Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco e Espírito Santo. Além disso, os partidos menores (PCdoB, PV e PSOL) também querem o direito de lançar nomes ao Executivo em estados menos disputados.

“Os presidentes dos partidos têm se reunido e realmente estamos otimistas para achar uma solução unitária que contemple a todos”, disse a deputada federal Alice Portugal (PCdoB-BA), que tem participado das negociações.

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Wilson Lima

Wilson Lima é jornalista formado pela Universidade Federal do Maranhão. Trabalhou em veículos como Agência Estado, Portal iG, Congresso em Foco, Gazeta do Povo e IstoÉ. Acompanha o poder em Brasília desde 2012, tendo participado das coberturas do julgamento do mensalão, da operação Lava Jato e do impeachment de Dilma Rousseff. Em 2019, revelou a compra de lagostas por ministros do STF.

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