“Há um projeto de poder com base na religião”, diz MP sobre Crivella
A procuradora eleitoral Silvana Batini pediu hoje a inelegibilidade de Marcelo Crivella, durante julgamento no TRE-RJ, acusando o prefeito de usar a religião para eleger um aliado em 2018...
A procuradora eleitoral Silvana Batini pediu hoje a inelegibilidade de Marcelo Crivella, durante julgamento no TRE-RJ, acusando o prefeito de usar a religião para eleger um aliado em 2018.
O tribunal julga hoje pedido do Ministério Público para cassar direitos políticos do prefeito — que é candidato à reeleição — e Rubens Teixeira, ex-secretário de Transportes e ex-presidente da Companhia Municipal de Limpeza Urbana, e que, em 2018, se candidatou, sem sucesso, a um mandato de deputado federal.
No processo, os dois são acusados de abuso de poder político e religioso, por causa de uma reunião que fizeram com pastores, em julho de 2018, no palácio da prefeitura.
Na ocasião, Crivella orientou os religiosos a procurarem funcionários de confiança que agilizariam cirurgias de catarata para fiéis, concederiam isenção de IPTU para igrejas e instalariam pontos de ônibus e quebra-molas perto dos templos.
“É um sacrifício grande estar na política, mas nós não podemos fugir, não podemos nos agachar, nós não podemos recuar, porque só o povo evangélico pode mudar esse país”, disse Crivella na ocasião.
Para Silvana Batini, o evento serviu para promover a candidatura de Rubens Teixeira.
“Há um projeto de poder com base na religião. O prefeito enfatiza a grande oportunidade de estarem os homens de Deus no poder. ‘Nós temos que aproveitar a oportunidade de estar na prefeitura’”, disse a procuradora, citando fala do prefeito no evento.
“O poder conquistado então é uma etapa, precisa avançar, eleger mais homens de Deus, porque ‘só os evangélicos vão dar jeito no Brasil’. Não é uma coincidência então que o pré-candidato estivesse presente naquele dia. Essa ocasião se prestou a beneficiar, essa candidatura, de Rubens Teixeira da Silva, também pastor”, afirmou.
Ela ressalvou que, apesar de o TSE ter recentemente rejeitado a cassação por abuso de poder religioso, o abuso do poder político está presente no caso.
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