“A imprensa aferra-se a um passado que não voltará mais”
Carlos Alberto di Franco, no Estadão, disse que a imprensa tem de se reinventar: “A eleição de Jair Bolsonaro escancarou uma virada cultural profunda, que sacode os alicerces do jornalismo tradicional...
Carlos Alberto di Franco, no Estadão, disse que a imprensa tem de se reinventar:
“A eleição de Jair Bolsonaro escancarou uma virada cultural profunda, que sacode os alicerces do jornalismo tradicional. A imprensa, no entanto, parece estar paralisada pela síndrome da negação. De costas para as mudanças que estão gritando na nossa frente, na queda da circulação, na diminuição das audiências, aferra-se a um passado que não voltará mais.
As empresas de conteúdo, éticas e independentes, são essenciais para a democracia. Mas precisam se reinventar. E parte importante dessa mudança, urgente e necessária, passa por uma autocrítica sincera, que não briga com a realidade e com a força dos fatos (…).
Assumimos, sem senso crítico, a estratégia petista de que Lula era candidato à Presidência da República em 2018. Não apenas isso, a mídia, contra o sentimento da maioria da população, garantia que o ex-presidente, cumprindo pena por corrupção e na contramão da Lei da Ficha Limpa, era favorito disparado para ganhar. Entramos de cabeça numa hipótese muito pouco provável. Nossas manchetes, apoiadas na abstração dos institutos de pesquisa, asseguravam que Lula era imbatível. Em nenhum momento desmontamos a fábula petista.”
A imprensa pode tentar se reinventar, mas ela não vai conseguir reinventar os leitores perdidos.
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