Kim Kataguiri: “O crescimento de Moro passa por uma campanha com tom de denúncia”
Como registramos mais cedo, o MBL fechou aliança com o Podemos, partido ao qual Sergio Moro se filiou para disputar a Presidência da República. O deputado federal e um dos fundadores do MBL Kim Kataguiri, que trocará o DEM pelo Podemos para concorrer à reeleição, disse a O Antagonista que...
Como registramos mais cedo, o MBL fechou aliança com o Podemos, partido ao qual Sergio Moro se filiou para disputar a Presidência da República.
O deputado federal e um dos fundadores do MBL Kim Kataguiri, que trocará o DEM pelo Podemos para concorrer à reeleição, disse a O Antagonista que, a despeito de divergências que o movimento tem com o ex-juiz da Lava Jato, “a candidatura de Terceira Via já culminou no Moro”.
“Não há outra candidatura de Terceira Via com chance de vencer as eleições. Temos nossas divergências com o Moro, vamos continuar pontuando essas divergências, mas estamos diante de um cenário em que queremos nos livrar de dois criminosos autoritários: Lula e Jair Bolsonaro”, afirmou Kataguiri, que não concorda, por exemplo, com as críticas da campanha de Moro à política de Estado Mínimo e aos criptoativos, e também discorda da proposta de criação de uma corte extraordinária aos moldes da da Ucrânia, defendida por Moro.
Kataguiri afirmou que o MBL vai mergulhar na campanha de Moro e deu um recado: “Para mim, o crescimento da candidatura dele passa necessariamente por uma campanha com tom de denúncia”.
Ele detalhou:
“É campanha, é ir para a briga. Na minha avaliação, o Moro deve ser o mais duro e incisivo possível em relação ao Lula e ao Bolsonaro. Os ataques já começaram. Para mim, a reação dele tem que ser firme, tem que ser forte. O estilo dele é diferente do nosso [do MBL]: a gente vai mais para a briga, vai mais para a guerra. Ele tem uma postura mais institucional, de não bater tão forte. Mas, na minha avaliação, o crescimento dele passa por ter uma campanha em tom de denúncia, passa por dizer: ‘Olha, não estou tendo divergências pontuais aqui com Lula e Bolsonaro. Estamos falando de dois criminosos: um sujeito que liderou o maior esquema de corrupção do país, que foi o Lula; e o sujeito que foi o líder do país e levou o país ao abismo social, humanitário e econômico, durante uma pandemia, responsável por centenas de milhares de mortes’.”
Para Kataguiri, existe uma chance razoável de o Podemos, no mínimo, fazer uma coligação com a União Brasil, futuro partido resultante da fusão entre o DEM e o PSL.
“Ou a União Brasil vai apoiar o Moro ou vai liberar seus filiados e mandatários.”
Na negociação com o Podemos, Kataguiri disse que dois pontos foram fundamentais.
“O primeiro foi a liberdade que o Podemos nos deu, para a gente se posicionar com independência. Tudo o que o MBL sempre defendeu vai continuar sendo defendido dentro do Podemos, ainda que você tenha alguma divergência dentro do partido ou que a nossa posição não seja a posição oficial do partido.”
O segundo ponto foi a decisão do Podemos de apoiar a candidatura do deputado estadual Arthur do Val, hoje no Patriota, ao governo de São Paulo. Para Kataguiri, há uma “oportunidade histórica de São Paulo ter um governador realmente liberal”, em meio ao racha do PSDB no estado.
“O Podemos garantiu a vaga para que o Arthur consiga disputar o governo do estado.”
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