Leia o que pensam líderes do Senado sobre o voto impresso
Arthur Lira (PP), presidente da Câmara, decidiu instalar a comissão especial que vai discutir a chamada PEC do voto impresso, que virou a principal bandeira do bolsonarismo. Na tarde desta segunda-feira (17), o colegiado terá sua primeira reunião. Na semana passada, em coletiva de imprensa, como noticiamos, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, fez uma defesa do modelo atual...
Arthur Lira (PP), presidente da Câmara, decidiu instalar a comissão especial que vai discutir a chamada PEC do voto impresso, que virou a principal bandeira do bolsonarismo.
Na tarde desta segunda-feira (17), o colegiado terá sua primeira reunião. Na semana passada, em coletiva de imprensa, como noticiamos, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, fez uma defesa do modelo atual.
Para que as mudanças propostas entrem em vigor nas eleições de 2020, a PEC precisará ser aprovada na Câmara e no Senado, além de promulgada pelo Congresso, até outubro deste ano.
O Antagonista ouviu a opinião de lideranças do Senado, onde a proposta terá de tramitar, se avançar na comissão especial da Câmara e for aprovada em plenário, em dois turnos, pelos deputados.
A senadora Eliziane Gama, que lidera bloco parlamentar com Cidadania, PDT, Rede e PSB, disse que, “no atual momento de tantos ataques à democracia, o sistema eletrônico é o mais adequado”.
“A urna eletrônica é referência em todo o mundo. Soa muito estranho a fixação do atual governo e de seus aliados em mudar esse sistema. Em um cenário turbulento, temos que preservar nossas instituições e evitar os riscos de uma eleição com resultado judicializado. O voto eletrônico é uma conquista. Tentar mudar isso, retroceder ao voto impresso é flertar com a volta das fraudes eleitorais, é jogar dúvida em um processo testado e aprovado no Brasil e exemplo internacional.”
Telmário Mota, líder do Pros, defendeu o voto impresso e criticou Barroso, chamado por ele de “grande humorista”.
“Ninguém acredita no sistema atual. O que nós queremos, com o voto impresso, é exatamente garantir que o voto possa ser auditado a qualquer hora. Neste sistema que está aí, nunca vão achar irregularidades, porque não tem como auditar. Não sei por que a Justiça brasileira insiste em não aceitar essa segurança.”
O líder da oposição, Randolfe Rodrigues (Rede), disse que pensar em mudar o sistema de votação agora “chega a ser cruel”.
“Acho que os brasileiros estão mais preocupados com vacina no braço e comida no prato. Quando temos pessoas morrendo e passando fome, chega a ser cruel alguns ficarem preocupados com voto impresso ou não.”
Alvaro Dias, líder da bancada do Podemos, afirmou que o sistema de votação atual é seguro e não deixaria de sê-lo, no entender dele, com uma eventual adoção de voto impresso.
“A questão essencial é o custo dessa mudança. Se o sistema tem sido comprovadamente eficiente, vale a pena esse gasto de valor significativo, em um momento de tantas dificuldades? Seria importante conhecermos com exatidão o custo dessa operação, para estabelecermos a relação custo-benefício.”
O líder do PSDB, Izalci Lucas, é a favor das mudanças propostas e disse que o TSE “coloca muita dificuldade em disponibilizar tudo o que é solicitado”.
“Acho que só é confiável aquilo que se consegue auditar. O próprio PSDB já pediu auditoria de eleições e o TSE não permitiu acesso a tudo. Portanto, não é possível dizer que o atual sistema é completamente confiável.”
O senador Eduardo Gomes (MDB), líder do governo Bolsonaro no Congresso, afirmou que “o voto impresso é o ideal”.
“Esse debate precisará ser feito. Não sei se agora, mas em algum momento teremos de fazer esse debate, em razão da segurança do nosso processo eleitoral.”
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