Marco Aurélio diz não conceber que Moro “de repente se torne vilão e seja execrado”
Marco Aurélio Mello disse à Folha que ficou "atônito" com a mudança de voto da colega Cármen Lúcia no julgamento da suspeição de Sergio Moro. "Se eu, com 42 anos de ofício judicante em colegiado pegando no pesado, fiquei atônito, imagina o leigo...
Marco Aurélio Mello disse à Folha que ficou “atônito” com a mudança de voto da colega Cármen Lúcia no julgamento da suspeição de Sergio Moro.
“Se eu, com 42 anos de ofício judicante em colegiado pegando no pesado, fiquei atônito, imagina o leigo. Foi o que disse, gera uma insegurança muito grande.”
O decano do Supremo acrescentou ao jornal paulista:
“Os pronunciamentos judiciais existem para se ter a segurança jurídica e, a partir do momento em que decisão condenatória transita em julgado, você tem um quadro definitivo que, a meu ver, só pode ser revisto pela revisão criminal ou, excepcionalissimamente, quando comprovada ilegalidade, pela via do habeas corpus.”
Marco Aurélio afirmou também que Moro foi um grande juiz “sem dúvida”.
“Não posso conceber que homem que surgiu como herói nacional mostrando nova vertente quanto ao combate à corrupção de repente se torne vilão e seja execrado. Isso não passa pela minha cabeça.”
Ele ponderou, no entanto, que não gostaria de ver Moro em sua cadeira no STF.
“Não tenho amizade com o ex-juiz Sergio Moro e cheguei mesmo a dizer que, como ele virou as costas a um cargo efetivo da magistratura, não gostaria que me sucedesse. Não que eu tenha nada contra ele, mas só pela postura adotada. Como alguém que virou as costas à magistratura é nomeado? Então, será um prêmio de consolação para o Supremo? Isso evidentemente deixa o sistema capenga.”
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