“Ninguém quer condenar e prender padres e pastores”
Ao defender a criminalização da homofobia no STF, o advogado da ABGLT Paulo Iotti disse que a intenção não é ferir a liberdade religiosa, mas sim combater o discurso de ódio. Perante os ministros, exemplificou que tipo de conduta deve ou não, para ele, ser punida...
Ao defender a criminalização da homofobia no STF, o advogado da ABGLT Paulo Iotti disse que a intenção não é ferir a liberdade religiosa, mas sim combater o discurso de ódio.
Perante os ministros, exemplificou que tipo de conduta deve ou não, para ele, ser punida:
“Ninguém quer condenar e prender padres e pastores por dizerem que a homossexualidade é pecado. O que somos contra é o discurso de ódio. Se eu vou a um padre, a um pastor, e digo: ‘Sou gay, o que a igreja tem a dizer a esse respeito?’ e ele me diz de maneira respeitosa que, na visão dele, a Bíblia condena e se não mudar os meus atos não irei ao reino dos Céus ou irei ao inferno – podemos discordar, na minha modesta opinião a ignorância é um direito fundamental quando não me prejudica – mas não é crime hoje, não é dano moral hoje e jamais vai sê-lo. Se for, vai ser inconstitucional, vou ser o primeiro a dizer isso.”
“Mas, mesmo exemplo. Eu vou ao padre e ele se afasta e fala: ‘Sodomita sujo, saia daqui!’. Isso obviamente é um abuso do direito de liberdade de expressão. É um claro animus injuriandi, que a jurisprudência diz que é um requisito para um discurso ser ilícito. Então a ideia é: não queremos criminalizar a liberdade religiosa de ninguém, dentro ou fora das igrejas, mas não queremos que a igreja seja um âmbito de discursos de ódio.”
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