O vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AL), disse há pouco em entrevista à CNN Brasil que o “ano legislativo acabou”, após as manifestações de 7 de Setembro.

Ele não é o único que pensa dessa forma.

O Antagonista conversou, em caráter reservado, com 3 líderes partidários do Centrão que falam exatamente a mesma coisa.

Na visão deles, a pauta da Câmara, a partir de agora, será calcada nos pedidos de impeachment de Jair Bolsonaro e em um possível desembarque do Centrão do governo. Com o mandatário federal esticando cada vez mais a corda, avaliam os líderes, dificilmente o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), teria capacidade de articulação política para desviar o foco a partir de agora.

“Lira é presidente da Câmara, não presidente da República. Ele tenta ajudar, mas Bolsonaro não se ajuda”, afirmou um destes parlamentares a O Antagonista.

Assim, de acordo com as lideranças partidárias, pautas como as reformas administrativa e tributária, bandeiras de Lira, não têm hoje ambiente político para passar pela Câmara. A privatização dos Correios, hoje no Senado, também tende a ficar em compasso de espera pelos senadores.