Patriota está rachado e maioria não deve aceitar as condições de Bolsonaro
A entrevista exclusiva que Adilson Barroso, presidente nacional do Patriota, deu mais cedo a O Antagonista caiu como uma bomba no pequeno partido, que negocia uma possível filiação de Jair Bolsonaro...
A entrevista exclusiva que Adilson Barroso, presidente nacional do Patriota, deu mais cedo a O Antagonista caiu como uma bomba no pequeno partido, que negocia uma possível filiação de Jair Bolsonaro.
O site ouviu outros quatro integrantes da executiva nacional da legenda, em reservado. A reunião com o presidente da República na próxima sexta-feira (12) — que eles gostariam que não tivesse sido vazada — está, por enquanto, confirmada. Será no Palácio do Planalto.
Segundo essas fontes, Barroso, ao contrário do que disse, tem, sim, conversado “de forma recorrente” com Bolsonaro e é o maior entusiasta da filiação — Barroso aparece na agenda oficial de Bolsonaro em 17 de janeiro de 2020. A maioria do partido, no entanto, acredita que o presidente partidário “está prometendo o que não pode entregar” e a decisão será por não aceitar Bolsonaro.
“Não tem jeito de entregar o que o Bolsonaro quer. Ele quer o comando dos 27 diretórios, ele quer o comando da executiva nacional. Desculpa, não vai ter. Quem vai entregar? Quem vai ceder espaço para ele? Adilson está prometendo o que não pode entregar. Ele não manda mais. É uma ‘rainha da Inglaterra'”, afirmou um dos integrantes da cúpula do Patriota.
Barroso preside a legenda desde 2012. Em março do ano que vem, haverá eleição para uma nova diretoria. O partido hoje é rachado entre os grupos de Adilson e o do deputado federal Fred Costa, de Minas Gerais, e o de Ovasco Resende, presidente do diretório de São Paulo, que tem Jorcelino Braga, do diretório de Goiás, como aliado. Barroso e Ovasco não se falam.
As fontes asseguraram que não há maioria no partido para topar as exigências de Bolsonaro. Mas há a promessa de que a bancada no Congresso continuará sendo base e votando a favor dos projetos do governo.
“Só não temos como recebê-lo. Não tem jeito. E precisamos entender o lado do presidente também. É natural que ele queira controlar tudo. Ou você imagina um presidente da República chegando a um partido pequeno para ser mais um filiado?”, provocou um dos integrantes.
Publicamente, o deputado federal Marreca Filho, do Maranhão, limitou-se a dizer o seguinte: “Espero que tudo se consolide da melhor maneira possível para o presidente e para o partido. Qual partido não quer ter o presidente da República?”.
Pastor Eurico, de Pernambuco, afirmou:
“Por enquanto, estamos aguardando a definição de reuniões. Eu sou da base do presidente. Quanto à questão partidária, isso está sendo discutido internamente. Quando se chegar a um denominador comum, vamos nos pronunciar. Por enquanto, vamos aguardar. Não tenho autonomia para falar nada.”
Jorcelino Braga, que preside o Patriota em Goiás, integra o conselho político e foi apontado por integrantes da própria sigla como um dos envolvidos nas conversas, negou esse protagonismo e disse que nunca falou com Bolsonaro. Braga afirmou que “os assuntos do Patriota são tratados pelo conselho político do partido”.
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