PSB anula expulsão de socialista que virou tucano para votar em candidato de Doria
Além de dividir o PSDB, a disputa interna pela liderança da bancada tucana na Câmara causou estrago também no PSB, criando uma confusão na legenda socialista que parece ainda estar longe de ser resolvida...
Além de dividir o PSDB, a disputa interna pela liderança da bancada tucana na Câmara causou estrago também no PSB, criando uma confusão na legenda socialista que parece ainda estar longe de ser resolvida.
Como O Antagonista revelou em dezembro, o deputado Luiz Lauro Filho – sobrinho do prefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB) – esteve no centro de uma articulação de João Doria, que pretendia emplacar o deputado Beto Pereira (MS) na liderança do PSDB na Câmara.
Luiz Lauro, que era suplente, assumiu a cadeira que era de Jefferson Campos, do PSD, licenciado por problemas de saúde. A estratégia do grupo de Doria era que Luiz Lauro deixasse o PSB e se filiasse ao PSDB, para que pudesse votar em Pereira, nome apoiado pelo governador paulista na disputa contra Celso Sabino (PA), o preferido de Aécio Neves.
De fato, o parlamentar deixou a legenda socialista – foi expulso pelo diretório municipal de Campinas — e se filiou ao PSDB. Mas a expulsão é contestada pela cúpula do PSB, já que o partido não quer perder um assento na Câmara dos Deputados.
O deputado estadual Rafael Zimbaldi (PSB-SP) acionou a executiva estadual da sigla e alegou que a expulsão de Luiz Lauro teria sido, na verdade, um “conchavo” do próprio parlamentar com membros do diretório municipal para facilitar sua ida para o PSDB sem o risco de perder o mandato.
No documento protocolado junto ao PSB-SP, Zimbaldi também afirma que o diretório municipal não tem a prerrogativa para expulsar Luiz Lauro – esta seria uma atribuição do diretório estadual. De acordo com a petição, a decisão teria de ser anulada.
Em uma decisão liminar à qual O Antagonista teve acesso, assinada ontem pelo secretário de organização partidária do diretório estadual do PSB-SP, Pedro José Luiz Coelho, a legenda dá razão a Zimbaldi e suspende os efeitos da decisão que expulsou Luiz Lauro.
Segundo o documento (leia a íntegra clicando aqui), “o órgão que se encarregou da deliberação acerca da expulsão se mostra incompetente para tanto”.
O texto da liminar também fala em “dissimulação de expulsão de filiado com o objetivo de permitir-lhe migrar para outra agremiação, levando consigo o cargo de deputado federal conquistado com votos e recursos do PSB” e aponta uma série de supostas irregularidades durante a sessão que sacramentou a expulsão de Luiz Lauro da legenda.
Ao final do documento, Pedro José Luiz Coelho intima Luiz Lauro “para que, no prazo de 48 horas, manifeste a existência de interesse em retornar ao PSB, partido que o elegeu, diante da suspensão do ato de expulsão”.
O prazo dado pelo PSB para que Luiz Lauro se manifeste vence neste domingo, dia 12.
Enquanto isso, no PSDB, a disputa entre Doria e Aécio pelo controle da bancada segue indefinida. O deputado Carlos Sampaio (SP) é o líder na Câmara pelo menos até fevereiro. Até lá, sua função é tentar apaziguar as duas correntes para que cheguem a um nome de consenso.
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