A promotora Carmen Eliza Bastos de Carvalho pediu para se afastar das investigações sobre o assassinato de Marielle Franco.

A atuação da promotora vinha sendo questionada desde que vieram à tona fotos de Carmen vestida com uma camiseta em apoio a Jair Bolsonaro, ainda na época da campanha eleitoral.

Inicialmente, a promotora se recusou a deixar o caso. Mas mudou de opinião e se afastou.

Em nota divulgada hoje, a promotora defendeu o direito de se expressar politicamente como cidadã, mas negou que escolhas ideológicas influenciem sua atuação como promotora. Ao fim, disse que optou voluntariamente pelo afastamento, em respeito à família de Marielle.

“Em razão das lamentáveis tentativas de macular minha atuação séria e imparcial, em verdadeira ofensiva de inspiração subalterna e flagrantemente ideológica, cujos reflexos negativos alcançam o meu ambiente familiar e de trabalho, optei, voluntariamente, por não mais atuar no caso Marielle e Anderson”, diz Carmen.

No texto, ela ainda afirma que “não há, nesses 25 anos, um só episódio que tenha sido apontado como comprometedor de minha imparcialidade na atuação funcional. Ao contrário, são anos de luta isenta pela punição de quem atenta contra o maior bem jurídico de cada um de nós: o direito à vida”.

“Não me permito que a esse sentimento se some qualquer intranquilidade motivada pela condução da ação penal, que se espera exitosa”, diz Carmen.

Ainda nesta sexta-feira, como noticiamos mais cedo, o PSOL apresentou uma representação em que pedia o afastamento da promotora.