O lobby evangélico pela embaixada em Jerusalém
Bolsonaro acena para líderes evangélicos a promessa de mudar a embaixada de Tel Aviv para Jerusalém.
Bolsonaro continua acenando para líderes evangélicos sua promessa de mudar a embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv para Jerusalém. Segundo O Globo, prometeu concretizar a promessa “até o fim do ano”.
A decisão tem sofrido idas e vindas desde a eleição do presidente. Acompanhe essa história e entenda por que parte dos evangélicos pressiona pela mudança de endereço.
1. Idas e vindas
No começo do ano, o embaixador de Israel em Brasília, Yossi Shelley, disse que “Bolsonaro é o segundo Oswaldo Aranha”, e afirmou estar confiante: “A transferência [para Jerusalém] acontecerá, mas aguardamos o momento”. Os israelenses aproveitaram a posse do novo presidente do Brasil para estreitar as relações.
Em março, durante visita oficial a Israel, o governo pensou em uma solução intermediária, provisória ou não: abrir um escritório de negócios em Jerusalém, sem status diplomático.
Inicialmente, o general Heleno afirmou não haver previsão de anúncio sobre o tema. No mesmo dia, o Itamaraty confirmou o escritório de negócios.
Hamilton Mourão minimizou a controvérsia sobre o escritório, dizendo: “Podemos até considerar, vamos dizer assim, um passo intermediário naquela ideia inicial do presidente de mudar a embaixada”. Silas Malafaia também defendeu o anúncio, dizendo: “o processo está apenas começando, vamos ver o final”.
2. Outros países
Apenas os Estados Unidos e a Guatemala têm hoje embaixadas em Jerusalém. A Guatemala tem uma crescente comunidade evangélica, incluindo o presidente Jimmy Morales.
O Paraguai chegou a ter uma durante os últimos meses do governo Horacio Cartes, mas o novo presidente Mario Abdo, que tomou posse em agosto de 2018, reverteu a decisão.
Alguns países – como Romênia, Filipinas e Geórgia – anunciaram sua intenção de acompanhar os EUA e também mudarem suas missões diplomáticas para Jerusalém, mas essa transferência ainda não aconteceu.
3. O lobby evangélico
Um grupo de evangélicos americanos busca por sinais do Juízo Final. Um pré-requisito para os eventos do Apocalipse é a reunião na Terra Santa de todos os judeus em exílio.
Entre as passagens citadas para embasar essa ideia estão trechos do livro de Zacarias: “Assim diz o Senhor dos Exércitos: “Tenho muito ciúme de Sião; estou me consumindo de ciúmes por ela (…) Eu os trarei de volta para que habitem em Jerusalém; serão meu povo e eu serei o Deus deles, com fidelidade e justiça (Zacarias 8:2;8)”.
O pastor americano Irvin Baxter, da Endtime Ministries (Ministérios do Fim dos Tempos), organiza excursões para Israel na qual leva os fiéis a conhecer lugares como a colina de Megido (ou Magedo), onde se dará uma das batalhas do Juízo Final: “Então os três espíritos os reuniram no lugar que, em hebraico, é chamado Armagedom (Apocalipse 16:16)”. A palavra “Armagedom” tem origem na colina de Megido.
Sionistas cristãos patrocinam comunidades judaicas na Cisjordânia, em territórios disputados por muçulmanos e também por cristãos árabes. O vídeo abaixo, da revista americana Vice, conta parte dessa história.
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