Saiba tudo o que disse o ex-ministro Eduardo Pazuello na CPI

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Saiba tudo o que disse Eduardo Pazuello na CPI

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Saiba tudo o que disse Eduardo Pazuello na CPI

O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello prestou depoimento à CPI da Covid nesta quarta-feira (19). Sem farda e com uma gravata igual à que Lula usava, o general não soube mentir tão bem quanto o petista...

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Saiba tudo o que disse Eduardo Pazuello na CPI
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello prestou depoimento à CPI da Covid nesta quarta-feira (19).

Sem farda e com uma gravata igual à que Lula usava, o general não soube mentir tão bem quanto o petista. Ele a princípio optou por não fazer uso do direito ao silêncio, que havia sido concedido pelo STF, e acabou passando mal. Sua participação na CPI será retomada amanhã.

Pazuello se contradisse diversas vezes ao tentar defender Jair Bolsonaro e deu informações que não condizem com os depoimentos anteriores.

O ex-ministro disse, por exemplo, que a Saúde deu diversas respostas à Pfizer, que não partiu do presidente a ordem para cancelar o contrato de compra da Coronavac e que o aplicativo TrateCov nunca foi ao ar.

Pazuello ainda teve a coragem de dizer que “cumpriu sua missão” à frente do Ministério da Saúde.

O que disse Eduardo Pazuello

Relação com Jair Bolsonaro

Cloroquina

  • Eduardo Pazuello afirmou que o Ministério da Saúde não foi pressionado pelo Palácio do Planalto para recomendar cloroquina.
  • O general admitiu que “o tratamento precoce virou uma posição político-ideológica. Ele disse que a pasta recomendava apenas que o paciente deveria buscar o tratamento o mais rápido possível. Segundo o ex-ministro, a pasta defendia a liberdade do médico para prescrever o remédio; ele responsabilizou o Conselho Federal de Medicina pela postura.
  • Pazuello diz que o Exército produziu cloroquina, mas não soube informar sobre o estoque do medicamento.
  • Ele alegou que 29 países têm protocolos de prescrição do medicamento em casos de Covid e citou Cuba e China como exemplos. O general negou que o uso da substância tenha aumentado o número de mortes no Brasil.

Aplicativo TrateCov

  • Eduardo Pazuello culpou a “Capitã Cloroquina”, Mayra Pinheiro, pelo aplicativo TrateCov, que recomendava cloroquina até para bebês. A secretária de Gestão do Trabalho e da Educação no Ministério da Saúde deve prestar depoimento à CPI nesta quinta-feira (20).
  • Segundo o ex-ministro, ela trouxe a sugestão de Manaus no dia 6 de janeiro.
  • O general disse que a plataforma estava em desenvolvimento, mas uma cópia foi colocada no ar de forma indevida. A informação é mentirosa: a TV Brasil chegou a noticiar o lançamento do aplicativo.
  • Omar Aziz o confrontou: “Usaram Manaus para fazer de cobaia”.

Crise em Manaus

  • O ex-ministro da Saúde alegou que só foi informado sobre o colapso por falta de oxigênio em Manaus no dia 10 de janeiro. Ele tentou convencer os senadores de que a crise só durou três dias, quando na verdade durou todo o mês. O inquérito que investiga omissões do governo no caso indica que a pasta teria sido avisada sobre a crise no dia 7.
  • Pazuello foi questionado sobre o motivo de não ter usado um avião oferecido pelos Estados Unidos para transportar cilindros de oxigênio da Venezuela. Ele disse que não sabia da oferta. A senadora Eliziane Gama exibiu um e-mail do Ministério da Saúde abordando as tratativas com o governo dos Estados Unidos, desmentindo a afirmação. Enquanto era questionado, Pazuello foi aconselhado por um advogado a ficar em silêncio.
  • O general disse que a “Capitã Cloroquina” também foi a responsável por emitir um ofício para enviar cloroquina a Manaus.

Ministério da Saúde paralelo

  • Eduardo Pazuello disse que nunca recebeu “aconselhamentos externos” e negou ter conhecimento sobre o suposto Ministério da Saúde paralelo.
  • O general afirmou que o presidente Jair Bolsonaro recebia conselhos de pessoas de fora do governo durante a pandemia, mas considerou isso normal.
  • O ex-ministro disse que tinha conversas com o deputado Osmar Terra e com o empresário Carlos Wizard, mas negou que eles tivessem influência sobre a pasta.
  • Pazuello declarou que teve pouco contato com os filhos de Jair Bolsonaro e que gostaria de ter tido mais.
  • O general também negou conhecer o assessor especial da Presidência Tercio Arnaud Tomaz.

Imunidade de rebanho

  • O ex-ministro negou que o governo brasileiro tenha defendido a imunidade de rebanho como política sanitária.
  • Pazuello disse que essa era uma tese defendida por Osmar Terra.

Carta da Pfizer

  • Eduardo Pazuello afirmou que as cláusulas impostas pela Pfizer para a venda de vacinas ao Brasil eram “assustadoras”O ex-ministro citou o preço dos imunizantes e as dificuldades logísticas como entraves para as negociações.
  • O general negou que a carta enviada pela Pfizer à cúpula do governo tenha ficado dois meses sem resposta, como informaram o ex-CEO da empresa Carlos Murillo e o ex-chefe da Secom Fabio Wajngarten. Segundo Pazuello, o governo manifestou por diversas vezes o interesse em comprar os imunizantes. Ele se comprometeu a entregar documentos que supostamente provam isso. O presidente da CPI, Omar Aziz, propôs uma acareação.
  • Pazuello disse que Bolsonaro era informado a todo momento sobre as negociações.
  • O general afirmou não ter conhecimento sobre a participação de Carlos Bolsonaro em uma reunião com a Pfizer.
  • Pazuello alegou que nunca recebeu comitiva de nenhuma empresa farmacêutica. Segundo ele, as negociações teriam sido comandadas pela equipe técnica. Depois de ser pressionado por senadores, ele admitiu que recebeu o ex-CEO da Pfizer Carlos Murillo para apenas “cumprimentá-lo”.
  • O ex-ministro alegou que não tinha autorização do Tribunal de Contas da União para adquirir imunizantes. O órgão desmentiu a informação. Pazuello se retratou, dizendo que era um parecer da CGU. O senador Eduardo Braga afirmou que o órgão também não estabeleceu restrições.

Covax

  • Pazuello tentou explicar a adesão do Brasil à cota mínima de vacinas do consórcio Covax, da OMS, o suficiente para vacinar apenas 10% da população. O país poderia recorrer a uma quantidade capaz de imunizar até 50% dos brasileiros.
  • Segundo o general, não havia garantia de entrega de vacinas.

Acordo com o Instituto Butantan

  • Eduardo Pazuello afirmou que nunca recebeu ordem de Jair Bolsonaro para cancelar a compra de vacinas. Em outubro, após Bolsonaro esbravejar no Twitter e em entrevistas, o Ministério da Saúde voltou atrás e não concretizou o acordo para comprar 46 milhões de doses da Coronavac do Instituto Butantan.
  • Segundo Pazuello, os posicionamentos do presidente foram apenas “opiniões” não houve interferência dele no caso.
  • Na época do cancelamento da compra, Pazuello gravou um vídeo ao lado de Bolsonaro dizendo “um manda, outro obedece”. Bolsonaro chegou a afirmar em entrevista: “Já mandei cancelar”.
  • No depoimento, o ministro disse que a expressão “um manda, outro obedece” foi apenas um “jargão político”.
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